Monsanto, a aldeia mais portuguesa de
Portugal, é um dos lugares mais belos do país. Mas a visita não fica completa
sem uma subida pelo trilho escarpado que leva até ao castelo, no topo do
penedo. É sempre um exercício de resistência, já que o Cabeço de Monsanto está
a 758 metros de altitude. Mas quem se aventura sabe que vale a pena o esforço,
porque encontra um belíssima paisagem e um monumento de enorme relevância
histórica.
Não há muitos relatos sobre tempos
pré-históricos, da ocupação romana ou pré-medievais. Mas sabe-se que durante a
época da reconquista cristã D. Afonso Henriques percebeu a importância
estratégica do local, entregando a D. Gualdim Pais, mestre da Ordem dos
Templários, a função de defender e repovoar a região. É desse período a
construção do castelo.
Quem vai até ao castelo não pode deixar
de fazer uma visita à capela românica de São Miguel, que fica entre o castelo e
a Torre do Peão. Erigida no século XII, supostamente sobre um santuário de
culto a Marte e outros deuses, é um lugar que reserva descobertas
surpreendentes. A maior delas talvez seja o cemitério paleo-cristão, com 13
sepulturas antropomórficas e em forma de trapézio escavadas nas rochas
graníticas. É um registo histórico impressionante.
E pode ser também uma oportunidade para
voltar à aldeia pelo lado sul, por um trilho onde pedras gigantescas dão o tom
da paisagem. A poucos metros da capela de São Miguel, os mais atentos
perceberão um conjunto de cavidades no chão, com a forma de tigelas. É a
chamada Laje das 13 Tigelas que, segundo uma lenda, seria o lugar onde uma
mulher da nobreza dava alimento a pessoas pobres.
Portanto, se estiver
a pensar em conhecer Monsato, a aldeia tem tudo o que precisa para momentos bem
passados. E quando estiver na aldeia, não deixe de conhecer a capela, o
conjunto de sepulturas e a Laje das 13 Tigelas. Vale a pena.
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